Grave o seu nome, seu traço e reconheça a sua cor preferida. Num instante seguinte, mude de cor e de traço; se quiser, mude até a forma como desenha o seu nome. Descubra a liberdade de se transformar e de fazer a sua própria história”.

Helio Rodrigues


domingo, 24 de maio de 2015

A VIOLÊNCIA NÃO CABE NESSE UNIVERSO

Sobre esses tristes acontecimentos que vêm assolando a nossa cidade, o que me choca é a confirmação da criminalidade nas mãos das crianças, mas ao mesmo tempo não me sinto refém do: “como pode?”.

Assisto a chegada de crianças no projeto, algumas já tão anestesiadas pelo descaso e a violência física e moral desde tão pequenas que, apesar do horror e crueldade desses acontecimentos, tudo isso parece uma inevitável decorrência.

Essas crianças não se reconhecem. “Sou o que dizem de mim”.

Se não sentem a própria presença no mundo, como podem perceber e respeitar a presença do outro?

Vivem da concretude de “ter” para tentarem “ser” através das coisas; e só das coisas...celulares, bonés de grife, bicicletas...

Primeiro passo:
Tirá-las da anestesia, torná-las sensíveis sobre si mesmas para em seguida perceberem o mundo. O resto é progresso, crescimento pessoal e o desejo de ser.

No projeto não há texto, discurso moral ou dogmas religiosos. É só arte. Mas não é a arte resumida em descoberta de talentos ou em produtores do “belo”. É a arte que nos acessa, que nos significa, que abre janelas para se ver, pensar, escutar...

A violência não cabe nesse universo.

TRANSFORMAÇÃO DAS ARMAS